Pesquisa com cogumelos silvestres recebe aditivo da Fapesp
Aditivo permitirá aquisição de equipamentos para estudos de cultivo de cogumelos silvestres
O professor Nelson Menolli Júnior, do Câmpus São Paulo, obteve um aditivo em torno 140 mil reais em seu Auxílio à Pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)*.
O projeto inicial, aprovado em 2019 e intitulado “Cogumelos da Mata Atlântica: diversidade e potencialidades de espécies comestíveis”, prevê o estudo dos cogumelos silvestres comestíveis da Mata Atlântica com potencial de cultivo comercial. A proposta que será executada, até 2024, com financiamento da FAPESP inclui recursos no valor aproximado de R$ 1 milhão, sendo destinado cerca de R$ 400 mil em moeda estrangeira para aquisição de material permanente importado e R$ 170 mil para o financiamento de bolsas para estudantes de treinamento técnico e pós-graduação, além de recursos para serviços, infraestrutura, material de consumo e material permanente nacional.
De acordo com o professor Menolli, o Brasil é um país ainda pouco explorado quanto à diversidade de fungos que ocorrem em nossos ecossistemas, sendo a Mata Atlântica o domínio fitogeográfico que se tem o maior registro de espécies de fungos para o país, com 2.695 espécies, incluindo 900 espécies de macrofungos silvestres, aqueles que ocorrem naturalmente em nossas matas e são conhecidos popularmente como cogumelos e orelha-de-pau. "Apesar da grande diversidade de macrofungos silvestres, o cultivo e a comercialização de cogumelos comestíveis no Brasil ainda estão restritos à utilização de isolados provenientes de países de clima temperado e limitados a poucas espécies", afirma o pesquisador. Nesse sentido, o projeto em desenvolvimento visa conhecer os cogumelos comestíveis e espécies relacionadas de ocorrência em áreas de Mata Atlântica e estudar suas potencialidades de cultivo. "A pesquisa sobre o potencial de cultivo de cogumelos silvestres pode contribuir para o conhecimento da diversidade de macrofungos no país e levar à descoberta de isolados com maior produtividade e melhor adaptados às condições locais", completou.
A aprovação do aditivo de recursos foi solicitada à Fapesp que recebeu o documento com o relatório técnico-científico que incluiu o descritivo das atividades realizadas nos primeiros 18 meses do projeto. O aditivo de recursos financeiros prevê a aquisição de dois equipamentos essenciais para as etapas dos estudos de viabilidade de cultivo dos cogumelos estudados: uma autoclave horizontal 254 litros e um sistema de ultrapurificador de água. "A solicitação do aditivo de recursos foi aprovada integralmente e o relatório foi positivamente avaliado e com indícios de que está ocorrendo nucleação de um novo grupo de pesquisa no IFSP", disse Menolli.
Colaboração institucional
O projeto é desenvolvido a partir da colaboração entre o IFSP e outras instituições nacionais e internacionais, como a Clark University (Worcester, MA, USA), por meio da colaboração dos professores doutores: David S. Hibbett, da Universidade de São Paulo (USP), Cassius V. Stevani, do Instituto de Química; Diego Cunha Zied, da Universidade Estadual Paulista (Unesp, Câmpus de Dracena); e do Instituto de Botânica – IBt (Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo), e da colaboração de estudantes de pós-graduação do Núcleo de Pesquisa em Micologia e das pesquisadoras Adriana de Mello Gugliotta e Vera Maria Valle Vitali.
Graças ao financiamento Fapesp e à contrapartida institucional do IFSP, foi possível a estruturação do “IFungiLab”, que representa o primeiro laboratório do Câmpus São Paulo totalmente destinado à pesquisa na área de biologia e onde o projeto coordenado pelo professor Menolli passa a ser executado inteiramente.
Como ação de Extensão e de divulgação científica dos resultados deste projeto e também de assuntos mais amplos relacionados ao estudo dos fungos, o professor Menolli coordena também o projeto “Dispersar: dispersando esporos e inoculando informação”, vinculado à Coordenadoria de Extensão (CEX) do Câmpus São Paulo e cuja principal ação durante a pandemia tem sido a manutenção do perfil @IFungiLab no Instagram. Para saber mais sobre os projetos desenvolvidos pelo professor e sua equipe, acompanhe no Instagram os perfis @IFungiLab e @cogumenolli.
*Esta pesquisa tem apoio da FAPESP, processo número #2018/15677-0.
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