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IFSP formaliza transferência de tecnologia para a Apae de Itapetininga

Software “ProsaIF” auxilia no processo de comunicação e ensino-aprendizagem

  • Publicado: Segunda, 23 de Mai de 2022, 17h40
  • Última atualização em Terça, 24 de Mai de 2022, 19h49
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No dia 28 de abril, a Agência de Inovação do IFSP (Inova) formalizou o acordo de transferência de tecnologia, sem exclusividade, do Software “ProsaIF” para Apae — Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Itapetininga. Essa tecnologia, voltada para inclusão social, faz parte do portfólio do IFSP, e está presente na vitrine tecnológica da plataforma Integra. 

ProsaIF é uma ferramenta computacional que utiliza dispositivos móveis para sintetizar a voz cadastrada em livros de imagens seguindo o método PECS (Picture Exchange Communication System) para pessoas autistas e/ou com limitações psicomotoras, e que, inclusive, pode ser utilizada como um instrumento de apoio ao processo de ensino-aprendizagem. 

O Software foi desenvolvido por uma equipe do Câmpus Itapetininga, formada pelo professor Carlos Henrique da Silva Santos e os estudantes Paulo Henrique Vieira Candido, do curso de Licenciatura em Física, João Victor Ferreira De Morais, Vinícius Alexandre De Oliveira Zevarex, Lucas Fernando Assunção Cavalherie e Pedro Henrique Morais De Gois, do curso Técnico em Informática Integrado ao ensino médio. O ProsaIF foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) sob o número BR512021000045-5, sendo fruto de um projeto de pesquisa. 

De acordo com o professor, a ideia surgiu entre 2016 e 2017, durante uma visita à Apae. Carlos relata que ele e os discentes foram recebidos por uma criança que não conseguia se comunicar e perceberam que alguns dos alunos atendidos pela Associação utilizavam um caderninho em que apontavam as figuras como forma de comunicação. “Então pensamos em desenvolver algo que pudesse ajudá-los, e foi quando chegamos no PECS (Picture Exchange Communication System); então, em vez de eles apontarem pro caderninho, eles poderiam usar o dispositivo móvel”, contou.   

O professor explica que o aplicativo desenvolvido pelos alunos do IFSP, diferentemente de outras aplicações parecidas que existem na internet, é gratuito, colaborativo e multiplataforma (com armazenamento em nuvem), podendo ser utilizado por diferentes pessoas próximas à pessoa com deficiência para facilitar sua comunicação e interação social, inclusive em práticas em sala de aula como tecnologia assistida ao processo de ensino-aprendizagem. 

“Vamos dizer que eu tenha um problema de comunicação: então o meu pai pode criar um livro para se comunicar comigo, e a professora da escola pode criar um livro de atividades. Se ela for fazer uma atividade sobre cores, por exemplo, a criança tem que indicar qual a cor que ela vai selecionar no quadro do PECS, então o app pode servir tanto para a comunicação quanto para o aprendizado de pessoas com limitações psicomotoras”, detalhou.  

Na prática, a ferramenta possibilita que pessoas com limitações psicomotoras possam selecionar imagens via toque na tela de dispositivos móveis para a sintetização da voz de texto associado. Essa seleção também pode ser realizada por movimentos perpendiculares da cabeça, caso o controle fino motor ou a falta de possibilidade de toque nas telas não seja possível pela pessoa com necessidades especiais. 

Segundo o professor Carlos, os alunos da Apae ainda não estão utilizando aplicativo, mas a equipe já está em contato com o setor deles para poder disponibilizar o sistema e em seguida fazer uma capacitação para que os alunos da Associação possam fazer uso do ProsaIF. 

Paulo Henrique Vieira Candido, aluno do curso de Licenciatura em Física, foi um dos primeiros a participar do desenvolvimento do ProsaIF. Ele conta que ingressou no projeto em 2017, quando ainda cursava o técnico integrado em informática, e nessa época já tinha interesse pelo tema da acessibilidade Web. Segundo Paulo, ao longo dos anos, a equipe foi participando de várias competições na área de tecnologia, e o conhecimento adquirido ajudou muito a chegar na versão atual do aplicativo. O estudante afirma que participar desse projeto foi um grande diferencial para a sua formação. 

"Hoje a abordagem que possuo acerca do assunto é totalmente diferente da que eu tinha no início do projeto. A compreensão dos fatores envolvidos na utilização de tecnologias por pessoas com deficiência é um tópico que demanda muita atenção e investimento. Atuar nessa frente foi algo muito marcante, que levarei como um aprendizado para toda a minha formação e atuação profissional”, relatou. 

De acordo com a Inova, essa tecnologia, voltada para inclusão social, reforça a responsabilidade do IFSP no desenvolvimento de PD&I com  impacto social, bem como fortalece a relação da Instituição com parceiros, como a Apae, especializada em ações educativas e inclusivas, que agora conseguirão usufruir de uma ferramenta que irá trazer novas oportunidades para o público-alvo da Educação Especial. 

Acesse mais informações sobre o ProsaIF na vitrine tecnológica do portal Integra.

 

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