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Professor do IFSP pretende construir impressora 3D capaz de fabricar cerâmica

Docente foi premiado com melhor artigo no Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação

  • Publicado: Segunda, 13 de Setembro de 2021, 17h09
  • Última atualização em Segunda, 13 de Setembro de 2021, 17h24
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O professor Ítalo Leite de Camargo, do Câmpus Itaquaquecetuba, foi recentemente premiado pela apresentação do estudo “Manufatura Aditiva de Cerâmica por Fotopolimerização em Cuba: Parâmetros Fotosensitivos, Análise Térmica, Pós-Processamento e Caracterização”, considerado o melhor artigo da edição 2021 do Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação (Cobef). Na pesquisa, o docente discute a possível redução de custos na fabricação de componentes de cerâmica em pequena escala com o uso de impressão 3D, o que pode permitir que pequenas empresas e laboratórios se beneficiem dessa técnica. 

Peças cerâmicas podem suportar altíssimas temperaturas 

De acordo com o professor, os materiais cerâmicos são conhecidos pela sua alta resistência à temperatura, inércia química, resistência ao desgaste e por usualmente serem bons isolantes térmicos e elétricos. Segundo ele, cerâmicas avançadas têm aplicações nas mais diversas áreas, como células de combustível, sensores automotivos, próteses e aplicações dentárias.  

Ítalo conta que existe uma demanda crescente por componentes cerâmicos personalizados (ou em pequena escala) com geometrias complexas. “Nesse contexto, a impressão 3D (também conhecida como manufatura aditiva) se destaca pela possibilidade de atender a essa necessidade sem os altos custos associados à fabricação de moldes dos processos convencionais de processamento cerâmico”, afirma. O professor disse ainda que essa técnica consegue fabricar componentes com geometrias que seriam muito difíceis ou até mesmo inviáveis por outros métodos de fabricação. 

O pesquisador ressalta que, embora a impressão 3D já seja bem estabelecida para materiais poliméricos, o uso dessa técnica para fabricar cerâmica avançada ainda está restrito a grandes indústrias, devido aos elevados custos dos equipamentos e à dificuldade de se obter matéria-prima adequada ao processo. “Meu trabalho visa à fabricação de cerâmica avançada por impressão 3D com um custo reduzido, o que pode permitir que a técnica seja adotada em pequenas empresas e laboratórios”, afirmou ítalo. 

O trabalho premiado pelo Cobef faz parte da pesquisa de doutorado que o professor está desenvolvendo na EESC-USP, sob orientação do professor Carlos Alberto Fortulan. Segundo ele, o estudo aborda três grandes vertentes:  

1 - Projeto e construção de uma impressora 3D capaz de imprimir cerâmica; 

2 - Estudo e preparação de matérias-primas compatíveis com o equipamento fabricado; 

3 - Fabricação e teste de componentes cerâmicos. 

Ítalo conta que, além da premiação no Congresso Brasileiro de Fabricação, a pesquisa já rendeu publicações internacionais em revistas Qualis A1. “Vale destacar que um desses artigos figura há meses entre os mais baixados de uma das principais revistas da área”. Acesse aqui. 

Atualmente o professor está afastado para a conclusão do doutorado, que deve ocorrer no segundo semestre de 2022. Ele conta que, antes do afastamento, trabalhou com a impressão 3D em vários projetos no Câmpus Itaquá, como a impressão 3D de medalhas personalizadas para uma competição, o uso da técnica para a fabricação de engrenagens de um drone que haviam sido danificadas e a produção de materiais didáticos com o auxílio da impressão 3D. 

Além disso, Ítalo revelou que iniciou uma parceria com o professor Eduardo Bock, do Câmpus São Paulo, cujo grupo de pesquisa trabalha com bombas de sangue (coração artificial). “Temos trabalhado no sentido de produzir, em cerâmica, o rotor (componente dessa bomba que conta com uma geometria complexa).” 

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