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14 instituições se unem para criar enciclopédia sobre a Covid-19

IFSP participa de grupo de pesquisa de criação da Enciclopédia Discursiva da Covid-19

  • Publicado: Sexta, 06 de Agosto de 2021, 13h09
  • Última atualização em Sexta, 06 de Agosto de 2021, 13h15
  • Acessos: 8630

Tratamento precoce, fake news, vacina, isolamento social, quarentena, pandemia etc. Todos estes termos invadiram o vocabulário dos brasileiros no início de 2020 por conta da pandemia da Covid- 19. Considerando tal contexto, os pesquisadores trabalharam em um material que servisse como uma fonte com credibilidade para consultas pela população em geral. 

O grupo foi formado por representantes da UFSCar, IFSULDEMINAS, UEPG, Rede Estadual de Educação MT, FAPESP, IFPB IFSP, UNICEP, USP, CAPES, Unespar, UNEB, UFMT e IFMT.

Os organizadores do projeto são os professores da UFSCAR Fernanda Castelano Rodrigues e Roberto Leiser Baronas. A equipe conta ainda com 21 estudantes de graduação em iniciação científica, de mestrado, de doutorado e até doutores já formados e atuantes na área, que compõem o Laboratório de Estudos Epistemológicos e de Discursividades Multimodais – LEEDiM.

De acordo com Fernanda Castelano, a ideia da enciclopédia surgiu em março de 2020, assim que foi declarado o estado de pandemia pela Organização Mundial da Saúde. Na ocasião um grupo de médicos teve a ideia de iniciar o projeto InformaSUS-UFSCar que visa contribuir com a divulgação científica em torno de questões da Covid-19. Objetivou-se com esse trabalho divulgar informações qualificadas sobre a doença para o público em geral e, consequentemente, tratar textos e oferecer uma curadoria linguística para público técnico.

Foram publicados em 2020,14 diferentes verbetes. Neste ano, através de uma demanda específica do InformaSUS, foi acrescentado o verbete "tratamento precoce". A plataforma já teve um total de 310 mil visualizações desde seu início até julho desse ano.

O combate à desinformação

Diante de tantas notícias falsas, o projeto surge como uma fonte de informações com credibilidade ao qual a população pode recorrer para confirmar seus pontos de vista.

O professor Carlos Alexandre Molina Noccioli, do IFSULDEMINAS, ressaltou que a equipe trabalhou na construção de verbetes sobre expressões que estão em circulação na mídia, nos portais de notícias e nas revistas de popularização da ciência. "Utilizamo-nos de uma bagagem teórica da Análise do Discurso para essa significação, mas isso não aparece explicitamente nos verbetes publicados, já que a intenção é justamente ter um caráter de popularização. Durante o ano passado, fizemos lives em que discutíamos não só as expressões em si, mas o processo de construção dos verbetes. Uma oportunidade interessante de diálogo, com momento aberto ao público para perguntas".

O projeto traz uma análise detalhada de cada um dos termos relacionados à Covid-19, a fim de explicar seu real significado, mostrando as matrizes de sentido que constituem cada um dos termos independente de opiniões e contextos socioculturais.

Segundo a professora Fernanda Rodrigues, o projeto vai além de análises sobre as fake news, mostrando também os embates de sentidos que se dão na constituição e na circulação desses termos. Ela cita que quando tratamos de termos que "começaram a ser colocados em funcionamento depois do início da pandemia, sabemos que eles vêm carregados de posições ideológicas e são utilizados, pelos diferentes sujeitos, com marcas ideológicas da posição assumida. Então o que a gente tenta fazer nesse combate à desinformação é, principalmente, mostrar as matrizes de sentido que constituem cada um desses termos".  

O projeto terá continuidade após a pandemia

Segundo os organizadores, novos verbetes já estão em análise para continuidade do projeto. Na segunda etapa, os pesquisadores foram divididos em dois grupos. Um liderado pelo professor Roberto Leiser Baronas, com uma perspectiva a partir da linguística popular, e outro liderado pela professora Fernanda, que está trabalhando em colaboração com dois laboratórios do Instituto de Estudo de Linguagem da UNICAMP: o MulherDis - Mulheres em Discurso que estuda questões específicas de gênero e o Psipolis - Psicanálise, Política, Significante que trabalha questões específicas sobre sexualidade vinculado à psicanálise.

Nessa colaboração serão trabalhadas questões de gênero e sexualidade em contextos sobre produtividade, trabalho, violência e luto.

Segundo Carlos Alexandre, "agora com uma parte fragmentada do grupo, sob a liderança do professor Roberto Baronas, estamos discutindo um pouco mais a linguística popular. Essa linha de pesquisa pretende pensar os saberes populares produzidos sobre a língua, considerando os enunciados populares como uma percepção importante que pode integrar dados científicos da linguística. Imagina que fantástico a gente verificar o entendimento de um trabalhador de uma outra área qualquer sobre um termo relacionado à Covid e não ficar preso tão-somente à visão de um linguista, de um especialista!"

A perspectiva dessa nova fase é que os trabalhos sejam divulgados a partir de novembro. E poderão ser acessados também na plataforma do InformaSUS:  https://www.informasus.ufscar.br/enciclopedia-discursiva-da-covid-19/

Fonte: Instituto Federal do Sul de Minas Gerais

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