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Professora do IFSP receberá o título Maria Felipa da Contemporaneidade 

Elisandra Pereira será homenageada por seu trabalho no combate ao racismo

  • Publicado: Sexta, 30 de Julho de 2021, 19h27
  • Última atualização em Sexta, 30 de Julho de 2021, 22h26
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A professora Elisandra Pereira, da área de Gestão do Câmpus Birigui, receberá, neste sábado (31), o título "Maria Felipa da Contemporaneidade". O título será concedido pelo Instituto Maria Felipa, que fica em Salvador, em reconhecimento ao trabalho da docente do IFSP no combate ao racismo.  A cerimônia de entrega do título acontecerá às 14h e será transmitida pelo YouTube.  

Elisandra preside a Comissão Etno-Birigui e é representante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do IFSP (Neabi). Ela conta que ao saber que receberia o título ficou muito emocionada. “Como professora-educadora e ativista social sempre levei para os meus trabalhos a história da população negra ainda não conhecida pela maioria da população brasileira, e a história da Maria Felipa é sempre uma das primeiras que conto, pois mostra não somente a força e resistência do povo negro, mas também a força, perseverança, inteligência, habilidade e astúcia da mulher negra na luta pelo direito de viver livre”, contou. 

Maria Felipa de Oliveira foi uma mulher negra, e uma das guerreiras da independência da província da Bahia. Seu legado e importância para a independência do Brasil só foram reconhecidos em 2007.  

 Segundo Elisandra, receber um título com o nome de Maria Felipa é significado de reconhecimento por seu trabalho contra o racismo e também de fortalecimento como mulher negra. “Assim como Maria Felipa, em sua luta datada de 1823, eu Elisandra, continuo lutando na certeza de que a população negra seja efetivamente livre, pois ser livre, assim como diz a cantora afro-americana Nina Simone, ser livre é não ter medo. Infelizmente, nós, pessoas negras, ainda vivemos em uma sociedade que nos promove medo, pois facilmente nos acusam, facilmente nos depreciam, facilmente nos matam”, afirmou. 

A professora conta que seu trabalho de combate ao racismo começou muito antes de entrar no IFSP. Um de seus primeiros projetos, desenvolvido em sua cidade natal, Sertãozinho, foi o SAWABONA contando africanidades. De acordo com Elisandra, o projeto consiste em levar para espaços educacionais escolares e não-escolares a história da população negra ainda pouco conhecida pela maioria da população.  

Segundo ela, além de apresentar pontos importantes do processo de escravização e submissão da população, a política de exclusão social e do branqueamento, o projeto conta as histórias dos heróis e heroínas negros que tivemos em nosso país, como Maria Felipa, João Candido, José Francisco e outros, assim como Nilo Peçanha, o primeiro e único, até o momento, presidente negro do Brasil. Elisandra lembra que Nilo Peçanha foi o mentor das Escolas Técnicas Federais, que deram origem aos Institutos Federais. 

Desde que entrou no IFSP, em 2019, a professora tem desenvolvido diversos trabalhos ligados à educação antirracista, tendo atuação fundamental para a criação e composição da Comissão Etno-Birigui, composta por pessoas negras, brancas e indígenas, que são responsáveis pelo desenvolvimento de ações de combate ao racismo. Devido ao volume de trabalho, a comissão conseguiu inserir dois eventos no calendário acadêmico. O primeiro é o ARANDU Festival Indígena, que ocorre em abril, e o segundo é o ZAYI Festival Afro-brasileiro e Africano, realizado no mês de novembro. 

Segundo Elisandra, Maria Felipa foi a personalidade negra homenageada na primeira edição do ZAYI Festival Afro-Brasileiro e Africano do Câmpus Birigui em 2019, e foi aí que a Comissão Etno buscou informações e conheceu o Instituto Maria Felipa e sua diretora Hilda Virgens. “Desde então, ela tem acompanhado todos os trabalhos que tenho realizado no câmpus junto com a Comissão Etno”, contou. 

 Da esquerda para a direita: Marcos Roberto Ruybal Bica, Diretor Adjunto Educacional do Câmpus Birigui, Padre Edgar de Souza Lima, Babalorixa Oxalufan, Pastor Edgar Andrade Rocha, Líder Budista Jeison Tetsuo Sato, Diretor-Geral do Câmpus Birigui, Edmar César Gomes da Silva, e as professoras Elisandra Pereira e Joyce Helena Ferreira dos Santos

 

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